MENOS CALORIAS, MENOS COMIDA, MENOS TRABALHO PARA O CORPO, MAIS SAÚDE!
- Dra Paula Luigia
- 5 de mar. de 2023
- 2 min de leitura

Nos últimos anos, tem-se falado muito sobre o jejum como uma abordagem útil para a perda de peso.
A história do jejum é mais antiga e tem origens mais concretas.
O termo "jejum" deriva do latim ieiunus, ou seja, "com o estômago vazio", e indica o estado de não ingerir alimentos, intencionalmente ou por necessidade.
A prática do jejum tem suas raízes na mais remota história do homem, das religiões, da filosofia e da medicina e representa um verdadeiro rito de passagem em muitas culturas, tanto seculares quanto religiosas.
Nas sociedades primitivas, o jejum costumava ser um meio de controlar ou satisfazer as divindades, uma forma de promover a virilidade ou de se preparar para observâncias cerimoniais.
A abstinência alimentar também era utilizada pelos antigos gregos antes de consultar os oráculos e celebrar as divindades.
Os grandes filósofos gregos praticavam o jejum para obter maior lucidez mental. Pitágoras afirmava que a abstenção prolongada de alimentos o ajudava a despertar os processos mentais e, por isso, costumava jejuar "quarenta dias seguidos", incitando seus discípulos a fazerem o mesmo.
Jejuns de Sócrates e Platão de pelo menos dez dias são conhecidos. Eles também afirmaram que a abstenção prolongada de alimentos os ajudava a atingir a eficiência mental máxima.
Hipócrates, o pai fundador da medicina moderna, é também o primeiro médico cujas prescrições de jejum como prática terapêutica podem ser testemunhadas com certeza. Ele desaconselhou comer durante a doença, afirmando que ao fazê-lo ele "se alimenta do mal". Em seu "O Regime nas Doenças Agudas" muitas passagens se referem ao jejum.
Os séculos XIX e XX viram o crescente interesse de pesquisadores e estudiosos em relação ao jejum. As primeiras publicações de valor médico-científico sobre o jejum devem-se ao fisiologista francês Charles Chossat, que realizou uma série de estudos aprofundados sobre pombos.
Os resultados de sua pesquisa, publicados em 1843, mostraram que as perdas teciduais durante o jejum extremo são inversamente proporcionais à importância do próprio tecido para a sobrevivência do organismo. Além disso, os órgãos vitais são preservados intactos ou com perdas mínimas pelo maior tempo possível ("Lei de Chossat").
Para além do seu significado puramente religioso, ligado à purificação, expiação, oração e penitência, o jejum é sobretudo uma prática de descanso físico e espiritual que traz diversos benefícios tanto a nível fisiológico como mental.
O jejum é, de fato, uma ferramenta simples, mas eficaz, que fortalece a resistência ao estresse, aumenta a capacidade de concentração, reduz o envelhecimento celular, melhora a resistência à insulina e fortalece o sistema imunológico.
O envelhecimento é caracterizado pela resistência à insulina e perda de massa muscular como consequência da redução da função mitocondrial com consequente aumento do dano oxidativo. A sobrecarga persistente de nutrientes causa alterações metabólicas sistêmicas e crônicas que, por sua vez, levam ao envelhecimento prematuro dos tecidos.
Para combater o envelhecimento e os processos fisiológicos da senescência
(envelhecimento), temos hoje muitas ferramentas à nossa disposição, o jejum é uma delas.
A prática do jejum pode trazer benefícios físicos e mentais (embora nem sempre seja possível praticá-lo).
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